Estamos sempre em busca pelo sentido da vida.

Temos uma necessidade, ainda que oculta, em saber o o que estamos fazendo aqui. Queremos sempre dar um significado para essa ‘tal’ vida. Tentamos nos satisfazer na vida pessoal, profissional, familiar. Buscamos sentidos na carreira, vida de mãe/pai/tios/avós, em uma ou mais – causas. Isso tudo para preencher algo que não sabemos o nome. Uns vão ‘buscar’ em lugares errados – em drogas, relacionamento abusivos, compulsões – e acabam se afundando. Aqueles que querem só para si algo – que estão procurando – e vão sem limites, – também – acabam sufocados. Aqueles que entendem que doar, faz parte do nosso fluxo natural, vão encontrando equilíbrio nesse caminho.

Recentemente participei de um Bar Mitzvá, cerimônia onde o menino judeu de 13 anos assume sua maioridade, no meio judaico. Emocionante de ver os pais passando sua história e mostrando para o filho, que sua ‘ pequena vida’ tem – na verdade – muito mais anos que seu corpo físico. Sim, aquele menino, que daqui para frente assumiria sua responsabilidade espiritual, – no mundo onde traumas, mi mi mi, são colocados hoje, como grandes ‘pilares’ – ele tomaria posse, com todo compromisso espiritual, de quem ele realmente é!

E é isso o que está faltando para o mundo, assumir quem somos! Que somos muito mais que acordar, ir trabalhar, ganhar dinheiro e só! Que temos que parar de olhar para o nosso umbigo e ver o todo. Um todo, não fantasioso. Porque a fantasia encobre a realidade, e isso nos faz ver tudo distorcido. Mudando valores – o que atualmente estamos vendo acontecer. Que a vida exige sacrifícios, e tudo bem! Ninguém morre com isso, pelo contrário é o caminhar natural e – necessário. Faz parte.

Educar um filho é muito trabalhoso e exige observar, e na maioria das vezes, fazer o que não gostamos. A vida nos cobra saber lidar com frustrações, e a ‘teoria’ hoje em dia, manda ‘aliviar’ já que o ‘trauma pode ser fatal’. Que tristeza! Entregamos a ‘cabeça do nossos filhos para profissionais que muitas vezes – se  ‘agarram’ a teorias de alguns homens, que precisavam se drogar para encontrar o tal ‘sentido na vida’. Óbvio, que a maioria não checa informações. E, claro, que existem profissionais sérios, mas cuidado para quem você entrega ‘ a cabeça do seu filho’ para ser ‘cuidado’.

Ver um pai, ‘ensinando metaforicamente’ em uma cerimônia: ‘Estou aqui, mas o peixe você quem ira pescar, e ainda mais, ser responsável pelo que você fará com ele” nos coloca na posição de co criadores e responsáveis pela nossa vida e nosso mundo. Me emocionei em ver pais, sendo pais. Sabendo seus lugares, respeitando sua história e origem. Lágrimas vinham aos meus olhos, vendo pais abençoando o filho, e entendendo que – apesar de suas posições hierárquicas  – existe uma alma naquele pequeno corpo, e  que somos iguais.  Apesar de existir uma hierarquia  natural – de pais e filhos -, ao longo da nossa maternidade e paternidade, temos que dar um passo para trás, abrir a gaiola e soltar o pássaro. Que ele foi feito para voar. Que com o passar dos anos, nosso papel de pais vai mudando, e isso apesar de difícil, deve ser respeitado.

Temos que entender que quando falamos: “Se comporta” isso serve para nós também. Temos que nos comportar, em cada fase ao longo da vida. Temos que fazer o nosso papel – como pessoas -, independente de gostar ou não. De estar feliz ou não. Enfim, precisamos fazer o que precisa ser feito.

Nurya Ribeiro

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