
Há pelo menos 60 anos tem se estabelecido equivocadamente que o colesterol sanguíneo alto, associado à ingestão de gordura saturada, é o responsável pelas doenças cardíacas. Por esse motivo, milhões de pessoas em todo o mundo, sob orientação médica, recorrem ao tratamento à base de estatinas. Alinhado às diretrizes de orgãos oficiais, o uso de estatina tem o objetivo de controlar o nível plasmático de colesterol, principalmente da fração Low Density Lipoprotein(LDL), visando, supostamente, diminuir a incidência de doenças e mortes cardiovasculares. Porém, dados de várias meta-análises de ensaios randomizados controlados e observacionais realizadas nas últimas décadas não conseguiram demonstrar que a redução da ingestão das gorduras saturadas é de fato benéfica para a diminuição do colesterol. Ademais, não existe correlação estatística e causalidade entre colesterol elevado e doenças cardiovasculares. Além disso, enquanto muitos artigos científicos ressaltam a segurança das estatinas, outros apontam para seus diversos efeitos colaterais, colocando em questão a validação de seu uso. Essa revisão apresenta e discute os potenciais efeitos colaterais das estatinas, assim como outras importantes questões relacionadas a esse procedimento terapêutico.